No dia 25 de Abril de 1974, desencadeou-se em Lisboa um movimento revolucionário feito por um grupo de jovens capitães, denominado Movimento das Forças Armadas (MFA), que derrubou o Governo.
Algumas horas antes da revolução, o comando operacional do golpe militar (MFA) instalou-se no Quartel da Pontinha, onde o capitão Otelo Saraiva de Carvalho deu todas as instruções. Nesse momento, na Rádio Renascença, ouvia-se “E Depois do Adeus”, canção insuspeita de Paulo de Carvalho, que era um dos sinais previamente combinados pelos revolucionários e que desencadeou a primeira fase do golpe de Estado.
Passava pouco da meia-noite quando na Rádio Renascença se começou a ouvir “Grândola Vila Morena”, música de Zeca Afonso proibida pela ditadura. O que a população não sabia é que aquela era a segunda senha secreta para pôr em marcha a revolução do Movimento das Forças Armadas.
A partir desse momento já não se podia voltar atrás e em breve ir-se-ía pôr em termo 48 anos de ditadura.
Depois de “Grândola Vila Morena”, alguns militares saíram da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, comandados pelo capitão Salgueiro Maia, com destino a Lisboa, para ocuparem o Terreiro do Paço. Entretanto, foram ocupados os Aeroporto de Lisboa, o Quartel-General, o Estado-Maior do Exercito, o Rádio Clube Português, os estúdios da RTP e da Emissora Nacional.
O Rádio Clube Português foi transformado no posto de comando do MFA, de onde emitiam comunicados À população. O primeiro comunicado pedia aos habitantes de Lisboa para se recolherem a casa, mantendo a calma.
Ia já longa a madrugada quando pelas 7:30 da manhã, foi emitido um novo comunicado explicando à população que, em alguns pontos do país, tinha sido desencadeada uma série de acções para libertar Portugal do regime autoritário e ditador que o dominava.
Por todo o país se sentiu um alvoroço, a população não compreendia se tratava de uma guerra ou de uma festa.
Desesperado com os acontecimentos, Marcello Caetano, chefe do Governo, tentou travar a revolução ordenando que a fragata Gago Coutinho bombardeasse o Terreiro do Paço. Contudo, não conseguiu que a sua ordem fosse cumprida, pois o telefonema foi interceptado pelos revolucionários.
Ao fim da manhã, os capitães, seguidos por uma multidão, dirigiram-se ao Quartel do Carmo, onde estavam escondidos Marcello Caetano e dois ministros. Foi-lhes pedido que se rendessem.
É então que os ardinas começam a distribuir os primeiros jornais não censurados.
A Revolução do 25 de Abril ficou também conhecida por Revolução dos Cravos, pois vários soldados foram vistos com cravos vermelhos nas suas espingardas, porém, não se sabe ao certo qual o verdadeiro motivo que os levou a fazê-lo.
É importante realçar que, apesar de se tratar de uma revolução, foi possível concretizá-la sem fazer vítimas.
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